27 de março, dia esse festejado em todo mundo por comemorar o dia da expressão universal, a arte dramática.
Desde os primórdios da história existem relatos sobre interpretação, atores, na Grécia, na China, no Egito, seja no culto ao Deus Dionísio, seja simplesmente na expressão por não agüentar ser apenas um durante uma vida.
Como cita Augusto Boal, maior teatrólogo do ultimo século, criador do fantástico Teatro do Oprimido e com muito orgulho brasileiro, chama o ser humano de ser expec-ator, pois cita que todos assistem e todos atuam, embora apenas os que levam o teatro como um meio de vida, possuam a consciência de atuar. O homem não viveria sem encenar, ele não teria paciência de ser apenas um durante 40, 50, 60 anos, ele tem a necessidade de aprender ser como os outros são, seja imitando, seja observando, seja interpretando.
O teatro é linguagem que usa o corpo, usa o ser humano pra falar, é a espécie de ciência que decifra a poesia em realidade e deixa que todos a entendam. No teatro a cada dia um novo método é desenvolvido e aplicado, e não para de evoluir, acompanhando sempre a sua época. Shakespeare usou de sua dramaturgia para narrar a sua, criar sua escola, como tantos outros.
No Brasil, o teatro que por longas décadas buscou ser a cópia do teatro europeu, criou sua própria identidade e mostrou ao mundo o que poderia realizar. Teatro é um conjunto de elementos que compõem um só: voz, corpo, face, interpretação, dramaturgia, além de outros elementos como: luz, som, palco, cenário, figurino, maquiagem, entre outros.
Em Varjota, pequena cidadezinha interiorana do Ceará, onde ainda poucos conhecem dessa arte, já traz consigo desde suas origens, a arte dramática em suas raízes, com os chamados DRAMAS, hoje chamadas PEÇAS, animavam noites, espalhando alegria por onde passavam. Com o passar dos anos, movimentos foram se consolidando, deixando que a população viesse a conhecer o que seria tal manifestação, no ano de 1987, nasce talvez na cidade o maior movimento dramático que até hoje se conhece, a encenação da Paixão de Cristo, idéia tida por Francisco dos Santos, que até hoje é um dos lideres do movimento que se mantém ainda vivo depois de 23 anos consecutivos. Outro grande nome a se citar de Francisco Antonio, um dos grandes nomes da arte dramática varjotense, nascido em 1979, participando ativamente da vida publica varjotense, realizando grandes conquistas quando trabalhava na Prefeitura Municipal, entre 1996 e 1999, idealizando o primeiro grupo teatral que a cidade viria a ter na sua história, a CIA Lamparina de teatro, infelizmente sendo vitima acidente que mais tarde, devido a complicações em seu restabelecimento, impedindo que hoje ele possa está aqui presente, causando grande saudosismo.
Após a CIA Lamparina infelizmente parar de realizar trabalhos, outros grupos buscaram ingressar nesse rumo, sendo a CIA Arte Viva, um grupo de destaque no ramo, realizando trabalhos por quase dois anos. Hoje a cara do movimento dramático de Varjota, aparece na cara daqueles que montam a CIA teatral Criando Arte, hoje Associação Cultural Criando Arte de Varjota - CE, sendo hoje um dos movimentos mais consolidados e firmes da história cultural varjotense, com inúmeras realizações ao longo de quatro anos de trabalhos.
E hoje estamos aqui para comemorar um dia de grande importância para humanidade, comemorar não o dia da linguagem expressa com palavras ou gestos, mas o da linguagem que anuncia os sentimentos.
